
Montado pela primeira vez em 1969, "Fala baixo senão eu grito" contou com Marília Pêra e Paulo Villaça nos papéis de Mariazinha, a solteirona recalcada, e do jovem bandido, que surge como um anjo exterminador que aniquila todas as ilusões da mulher, abrindo sua percepção para o mundo. Esta montagem recebeu os prêmios Moliére e APCA.
A trama fala sobre uma solteirona cheia de medos e recalques, apegada a valores muito tradicionais, cuja existência medíocre transcorre sem sobressaltos num quarto de pensionato. Ao penetrar neste mundo petrificado, o misterioso homem propicia a libertação interior da mulher, processo este que se expressa em situações e diálogos que oscilam entre o real e o imaginário.
A figura do homem – tipo marginal – pode muito bem ser apenas uma projeção desejante da personagem. Entre choques e aproximações, constrói-se uma intensa relação entre os dois. Os dois papéis oferecem magnífica oportunidade a intérpretes sensíveis e lúcidos.
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